VOLTAS

Ontem estava eu, egocêntrica como uma criança, analisando a (minha) vida.
Percebi que para o lugar de onde me criei, que para o estudo que meus pais puderam oferecer e por tudo que vejo ao redor, cresci muito. Vejo todos parados, seguindo, lentamente, na mesma direção e percebo que fiz a pouca matéria prima que tinha em mim render além das expectativas.
Ao me olhar no espelho, sinto ao mesmo tempo orgulho, vazio e até um certo medo.
Isto por estar realizada, tendo alcançado a maior parte metas que estipulei até então. Mas não esperava que fosse ser rápido. Ou não queria que fosse agora. Sempre que desejamos muito algo e isso acontece, ficamos com um enorme vazio depois.
E daí que eu sinto medo do que posso me tornar. Por não querer ser "um deles".
Qual é a nova meta?
Lembro-me de ter lido uma citação de Dalai Lama mais ou menos assim: O homem gasta a saúde trabalhando demais pra ganhar o dinheiro que gastará para "comprar" a saúde que perdeu trabalhando.
(...)

GUERREIRA

Nasci guerreira!
Lutei a vida inteira,
Tropecei,me machuquei,levantei.
Deparei leões querendo me engolir e na vara curta me defendi,
Na selva da vida em várias emboscadas caí.
Em noites desertas meu pranto solitário
chorei sem ninguém para ouvir
Caminhei longos trechos
com a alma machucada e abatida
Não me entrego em vida!
Nasci para a Morte,
só esta comigo pode!
Sou guerreira
que não se deixa ser vencida!
Sou força atuante
Desbravo picadas fechadas,
até que me enterre a enxada.