
Como boa parte dos nascidos na década de 70, estou na legião de pessoas que se deliciaram ao som das inúmeras músicas bem trabalhadas do Michael Jackson.
Quem não se hipnotizava com queles clipes?
Triller foi o primeiro vinil que tive em minha vida. Ganhei da minha madrinha, no ano em que foi lançado. É uma pena não te-lo até hoje. Devo isto à famigerada era dos CDs!
Escutei tanto aquele disco que não sei como não colecionei arranhões nele. Talvez isto provasse minha devoção. Uma criança de apenas sete anos não seria tão cuidadosa assim com algo que não amasse.
Ah,mas os clipes... Tenho uma preferência inexplicável por Smooth Criminal (So, Annie are you ok. Are you ok Annie?). Uma sinfonia de acordes bem bolados juntos àquele rife de guitarra inconfundível e a dança impecável de Michael.
Na adolecência gostar do "rei do pop" tornou-se algo brega perante a ídolos como 'News Kids on the Block' (fala sério!), mas eu continuava a remar contra a maré, comprando tudo o que tinha para se vender que se referisse à não somente Michael Jackson, quanto à toda sua família.
Quando acompanhei o seriado "The Jacksons: An American Dream", senti que amava aquela vida. Não vou dizer que sempre quis ser cantora por causa da minha devoção pelos Jacksons,isto sempre esteve em mim, mas após ver este seriado, compreendi que era mesmo aquilo que eu queria da vida.
Então começei a compor.
Quis aprender a tocar violão.
Logo, ganhei um de aniversário da minha mãe.
Assim que pude, uns anos mais tarde, começei a estudar música.
Estudei canto...
Minhas gravações dos shows de Michael Jackson em VHS foram embolorando enquanto cediam espaço ao YouTube.
E não passava muito tempo sem ver. Sem pesquisar. Sem buscar curiosidades.
Não me importava o quão caótica fosse sua imagem, gostava da vibração que a voz dele, que as canções dele me passavam.
Até hoje, costumava dizer que nunca havia perdido ninguém que eu amasse verdadeiramente para a morte...
Pois é.
Que coisa.
Hoje eu perdi meu ídolo.