
Não sacaneio quase ninguém, mas ser vingativa me faz às vezes ser sacana além do que gostaria.
Mantenho distância de quem me faz mal.
Ando de chinelo nos dias frios, evito gelado, sigo em paz.
Uso óculos escuros.
Não arranjo tempo para ler todos os livros que interessam.
Falo baixo.
Durmo relativamente bem.
Ou não durmo.
Às vezes, penso.
Não gosto muito de pensar. Meus pensamentos me atropelam, dão revolta, saio do sério.
Pensei muito nestes anos todos.
Me destruí.
Me instruí.
Cresci.
Sem sombra de dúvidas, sou hoje um ser humano melhor, mais sofrido talvez, porém infinitamente superior a quem eu era.
Aprendi a valorizar muitas coisas, e a desvalorizar outras.
POLÍTICA DO DESPRENDIMENTO.
Isto, ao mesmo tempo em que me proporciona um certo conforto (o conforto de nunca sentir medo de perder), está me causando um mal estar nos dias recentes.
Vejo que não sou tão desprendida o quanto queria, ou imaginava.
Não sou hippie.
Tenho medo de perder muita gente, muita coisa.
Nem sou tão vanguardista.
Hoje, na possibilidade de ter perdido uma carteira de identidade e um dinheirinho, me desesperei.
Achei aquele papel que nos nomeia e nos numera. Meus documentos...
Documentos que dizem quem eu sou.
Mas... Quem sou eu?
Anos mais tarde, volto com a questão.
Eu não sei.
Para onde vou?
De onde vim?
A identidade não soluciona.
Eu não sei.
Mas as pessoas já sabem.
Podem me rotular de Karla, pessoa número tal...
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